Programação
I Escola de Fonética e Fonologia
24 e 25 de setembro
8h - 11h
Análise ultrassonográfica da fala: limites, avanços e desafios metodológicos
Profa. Dra. Larissa C. Berti (UNESP/Marília)
Análise ultrassonográfica da fala: limites, avanços e desafios metodológicos
Profa. Dra. Larissa C. Berti (UNESP/Marília)
11h - 13h
14h - 15h
Harmonia nasal nas linguas indígenas sulamericanas
Prof. Dr. Leo Wetzels (Universidade Livre de Amsterdam)
15h - 18h
Complex Dynamic Systems Theory & the development of sound systems *
Prof. Dr. Wander Lowie (Universidade de Groningen)
* O curso do professor Wander Lowie será ministrado em inglês.
Descrição dos cursos
Análise ultrassonográfica da fala: limites, avanços e desafios metodológicos: O processo de produção de fala envolve uma complexa coordenação de movimentos de várias estruturas. A língua é, sem dúvidas, a estrutura mais complexa. O movimento da língua durante a produção da fala é flexível, tridimensional e orientado dinamicamente. Várias técnicas de imagem têm sido exploradas a fim de estudar os princípios subjacentes do movimento da língua. Nas últimas duas décadas, pesquisadores têm demonstrado um crescente interesse na técnica ultrassonográfica, uma vez que propicia uma visão global do contorno da língua nos planos sagital e coronal. A natureza não invasiva desta técnica, combinada com sua portabilidade e relativa acessibilidade faz com que o uso da ultrassonografia seja bastante adequado para o estudo com a população clínica, tornando-se uma ferramenta desejável para pesquisadores e clínicos. No entanto, exige-se deste profissional um treinamento específico não somente para o manuseio do equipamento, como principalmente para a análise qualitativa e/ou quantitativa dos dados. O objetivo que se endereça será o de apresentar informações a respeito da técnica ultrassonográfica, equipamentos e softwaresnecessários, além de discutir os limites, avanços e desafios das análises qualitativa e quantitativa. Ao final, será exposta a aplicação desta técnica na análise dos erros de fala em crianças à luz da Fonologia Gestual.
Harmonia nasal nas linguas indígenas sulamericanas: A harmonia do traço fonológico [nasal] é desengatilhada por consoantes nasais ou vogais e afeta vogais e certas classes de consoantes, dependendo da língua. Neste curso estudaremos uma série de línguas nativas sul-americanas com harmonia nasal: Epena Pedee (Colômbia), Maxacalí (Brasil), Capanahua (Peru) e Tuyuca (Colômbia). Analisaremos a harmonia nasal dessas linguas em termos da fonologia autosegmental/OT, detrminamos a variaçao entre os diferentes sistemas e localisamos eles dentro da tipologia proposta de sistemas de harmonia nasal.
Complex Dynamic Systems Theory & the development of sound systems: The past 20 years has seen a steady increase in the application of Complex Dynamic Systems Theory (CDST) to language development, of both L1 and L2. This application implies a major shift in focus from the study of products of acquisition to the focus of the process of acquisition. It has also led to a shift from a focus on the prediction of general trends for groups of learners to a focus on understanding the complex learning process of individual learners. The application of CDST to language learning has provided many new insights in the theory of learning, but has also led to the development of a wide variety of new methodologies and analogies for the empirical study of dense longitudinal data. Since the development of CDST theory and methods is relatively new, the field itself is changing rapidly, with many new applications and new methods. In the first part of the course we will discuss the foundation of CDST as applied to human cognition and in particular to language. We will explore the most promising methods and analyses, but also the challenges of this application. In the second part of the course, we will focus on the application of CDST to the development of sound systems in L1 and in L2.
IV Encontro Intermediário do GT de Fonética e Fonologia
26 e 27 de setembro
Informamos que cada apresentação de trabalho deverá ter 20 minutos de duração, que serão seguidos por 10 minutos de discussão.
26 de setembro
Sessão de abertura
Profa. Dra. Luciani Tenani (UNESP - coordenadora)
Prof. Dr. Ronaldo Lima Jr (UFC - vice coordenador)
Conferência de abertura:
Representações subjacentes na interface fonologia–morfologia
Prof. Dr. Luiz Carlos Schwindt (UFRGS)
Intervalo
Fraseamento de estruturas deslocadas e a duração de pausas
Luciani Ester Tenani (UNESP/IBILCE)
A vírgula em estruturas deslocadas: contribuições do peso fonológico e da ramificação sintática
Tainan Garcia Carvalho (UNESP/IBILCE)
Luciani Ester Tenani (UNESP/IBILCE)
Análise acústica do acento em criação de palavras por portmanteaux
Emerson Viana Braga (PPGLIN/UESB/FAPESB)
Vera Pacheco (PPGLIN/UESB)
Marian Oliveira (PPGLIN/UESB)
Intervalo
Redução vocálica em ditongos crescentes [ɪ̯ʊ] no português de Belo Horizonte
Cecília Toledo (UFMG/CAPES)
Descrição fonético-fonológica do triângulo mineiro: Uberlândia
Marlúcia Maria Alves (UFU)
Variações fonéticas no falar cearense: a partir dos dados do ALiB
Maria Silvana Militão de Alencar (UFC)
Análise espectrográfica de formantes e perceptual-auditiva das vogais do português brasileiro falado em Fortaleza
Mateus Rocha Melo (Universidade Estadual do Ceará)
Wilson Júnior de Araújo Carvalho (Universidade Estadual do Ceará)
Intervalo
Padrões entoacionais e a duração dos vocativos de chamamento no português angolano do Libolo
Vinícius Gonçalves dos Santos (USP)
Flaviane Romani Fernandes Svartman (USP)
O domínio da nasalidade heterossilábica no Português de São Tomé (PST): considerações iniciais
Amanda Macedo Balduino (USP/FAPESP)
Gabriel Antunes de Araujo (Universidade de Macau/USP/CNPq)
Ana Lívia Agostinho (UFSC)
Harmonia vocálica parasítica no Protocrioulo do Golfo da Guiné e em suas línguas-filhas
Gabriel Antunes de Araujo (Universidade de Macau/USP/CNPq)
Manuele Bandeira (UNILAB)
Ana Lívia Agostinho (UFSC)
8:30 – 9:00
9:00 – 10:00
10:00 – 10:30
10:30 – 11:00
11:00 – 11:30
11:30 – 12:00
12:00 – 14:00
14:00 – 14:30
14:30 – 15:00
15:00 – 15:30
15:30 – 16:00
16:00 – 16:30
16:30 – 17:00
17:00 – 17:30
17:30 – 18:00
Informamos que cada apresentação de trabalho deverá ter 20 minutos de duração, que serão seguidos por 10 minutos de discussão.
27 de setembro
08:30 – 09:00
09:00 – 09:30
09:30 – 10:00
10:00 – 10:30
10:30 – 11:00
11:00 – 11:30
11:30 – 12:00
12:00 – 14:00
14:00 – 14:30
14:30 – 15:00
15:00 – 15:30
15:30 – 16:00
16:00 – 16:30
16:30 – 17:30
17:30 – 18:00
Análise longitudinal do desenvolvimento de vogais do inglês por aprendizes brasileiros
Ronaldo Lima Jr (UFC)
Desenvolvimento de L2 e atrito de L1 em contexto de L2 não-dominante: análise de Voice Onset Time em Espanhol (L1) e Inglês (L2)
Laura Castilhos Schereschewsky (UFRGS)
Ubiratã Kickhöfel Alves (UFRGS - CNPq)
Revisitando os efeitos da variável idade no desenvolvimento fônico de L2
Felipe Flores Kupske (UFBA)
Intervalo
Inteligibilidade e Compreensibilidade de Haitianos, aprendizes de Português Brasileiro como Língua Adicional (PLA): contribuições a partir da Teorias dos Sistemas Dinâmicos Complexos
Jeniffer Imaregna Alcantara de Albuquerque (UFRGS/UTFPR)
Ubiratã Kickhöfel Alves (UFRGS/CNPq)
A vibrante múltipla do espanhol como língua estrangeira: uma perspectiva multirepresentacional
José Rodrigues de Mesquita Neto (UERN)
Clerton Luiz Felix Barboza (UERN)
Articulação de fricativas posteriores no português brasileiro: uma análise ultrassonográfica qualitativa para os róticos em onset silábico
Carine Haupt (UFT)
Izabel Christine Seara (UFSC/CNPq)
Intervalo
Uma visão multirepresentacional dos padrões silábicos heterossilábicos do português brasileiro
Anderson Romário Souza Silva (UERN)
Clerton Luiz Felix Barboza (UERN)
A vogal eclipsada e a coordenação gestual em sílabas CCV e CVC
Giovana Ferreira-Gonçalves (UFPel/CNPq)
Mirian Rose Brum-de-Paula (UFPel)
Investigação experimental em fonologia: sequências #(i)sC no português brasileiro falado em Belo Horizonte
Matheus Freitas Gomes (UFMG)
A duração segmental na aquisição de encontros consonantais do português brasileiro
Thais Telles Barbieri (UFPel/CAPES)
Giovana Ferreira-Gonçalves (UFPel/CNPq)
Intervalo
Conferência de Encerramento
A variedade dialetal florianopolitana: aspectos segmentais e suprassegmentais
Izabel Seara (UFSC)
Reunião dos membros do GT
Descrição das conferências
Conferência de abertura (Prof. Dr. Luiz Carlos Schwindt - UFRGS)
Representações subjacentes na interface fonologia–morfologia:
Nesta conferência, em termos amplos, pretendo problematizar a postulação de representações subjacentes na análise linguística. Partindo da premissa de oposição entre as noções de representação e de gramática, a ideia é discutir, no âmbito mais específico, se formas subjacentes são efetivamente necessárias na análise fonológica e, sendo necessárias, o que seria uma extensão razoável de seu grau de abstração. Esse debate se situa no âmbito dos modelos de base formal e é motivado especialmente pela evolução das ferramentas tecnológicas e estatísticas, que tem permitido avanço significativo na compreensão de aspectos envolvendo produção e percepção da fala humana, e pelos achados de perspectivas centradas no papel da memória na constituição da linguagem — o que tem imposto o falseamento da hipótese what you see is what you get a qualquer análise linguística. O recorte que proponho para essa reflexão envolve a interface da fonologia com a morfologia, por ser esse o contexto em que a demanda por abstração parece mais evidente. Os principais fenômenos enfocados são a realização do plural de palavras terminadas em ditongo nasal (ex. irmãos, ladrões, cães) e em L ou U ortográficos (ex. papéis, chapéus) e a harmonização vocálica variável atingindo verbos em português (ex. siguia, durmia). Aspectos relacionados a modelos teóricos em específico — como a Fonologia Lexical, a Teoria da Otimidade ou a Teoria de Exemplares —, bem como concernentes a primitivos ou expedientes representacionais — como segmentos, traços, subespecificação e mesmo o que se vem rotulando como léxico — serão contemplados na medida de sua relevância para o debate.
Conferência de encerramento (Profa. Dra. Izabel - UFSC)
A variedade dialetal florianopolitana: aspectos segmentais e suprassegmentais:
A variedade dialetal florianopolitana, conhecida como “manezinho”, apresenta características que a distingue das demais variedades dialetais brasileiras em nível dos sons de fala produzidos e de sua prosódia. Diversos estudos têm apontado algumas de suas características (BASSI; SEARA, 2017; SEARA; SOSA, 2017; SEARA, 2018; dentre outros). Este estudo apresenta resultados de pesquisas recentes desenvolvidas com foco sobre o falar “manezinho”. Os dados investigados são provenientes de entrevistas do Projeto de Variação Linguística da Região Sul do Brasil (VARSUL) e de gravações de dados para estudos prosódico-entonacionais advindos do Projeto Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico – Língua Portuguesa (AMPER-POR). No nível prosódico-entonacional, a observação de um contorno com upstep na fala de “manezinhos” indicaria uma marca dialetal até então não observada. A monotongação de ditongos nasais, a presença de fricativas apico-alveolares em coda silábica e a palatização de oclusivas antecedidas de vogais altas anteriores são algumas das características de seus sons de fala.